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Dois amigos conversando

A ARTE DOS APELIDOS

Após cinco anos de pesquisas em jornais, revistas, filmes, programas de televisão, livros, principalmente, de História do Brasil e de Biografias, ficou pronto o Dicionário Brasileiro de Apelidos, Pseudônimos e Bordões Famosos, de autoria de Gilson Rebello, Editor Executivo do jornal LERdeNOVO, que, em breve, será lançado no mercado editorial brasileiro.

Livro revela apelidos de famosos e gente do povo

Foram selecionados cerca de 12 mil verbetes, relacionando como era apelidados políticos, artistas, jogadores de futebol, atletas de outras modalidades esportivas, escritores, jornalistas, gente do povo, além de alcunhas e vulgos de bandidos como Cara de Cavalo, Mineirinho, Tião Medonho, Chico Picadinho, Promessinha, China Diabo, Fernando CO, Joel Tiro Certo, Horroroso, Lili Carabina, Mão de Vaca, João Rapa-Tudo, Sete Dedos, Zé Minhoca, entre outros.
        Os verbetes foram organizados em ordem alfabética, como manda os dicionários, de modo a permitir a leitura de forma aleatória e cada um conta um pouco da história do apelidado, a época em que viveu, permitindo, assim, um passeio dirigido pela História do Brasil já que revela, em alguns casos, os apelidos de várias personalidades, inclusive os só conhecidos por parentes e amigos. 

Pelé, apelido do craque, Edson Arantes do Nascimento, também foi apelidado de Amadeu Bicudo, porque lembrava um dirigente do Madureira, que fazia bico quando se zangava, além de Atleta do Século, Craque Café, Gasolina, entre outros, enquanto Garrincha ganhou os apelidos de Anjo das Pernas Tortas, Alegria do Povo, El Moreno, Fazedor de Joões, Garrinchinha, Gualicho, Mané Garrincha e Zé Tortinho.

Amante Consentida foi um dos apelidos que David Nasser deu para a máquina de escrever Royal usada para escrever artigos e reportagens para a revista O Cruzeiro. Almirante Negro como foi chamado o líder da Revolta da Chibata, João Cândido (João Cândido Felisberto). Almoçais Macarrão como passou a ser chamada, em 1927, a linha média do Botafogo, formada pelos craques Almo, Saés e Macarroni.

Altivo Dente de Paca foi o apelido que, em 1940, ganhou um político, candidato a prefeito da cidade de Mariana (MG), por não possuir a arcada dentária completa. Amanhã sorrirei outra vez, apelido da jovem Maura que era banguela. Macacas de Auditório foi a expressão para designar os fãs das cantoras e cantores da época de rádio.

Boca Larga como foi chamado o remador do Clube de Regatas do Flamengo, Alfredo Correa. Já outro remador, Antônio Rebelo Júnior, era conhecido como Engole Garfo. Diário da Manteiga foi o apelido do jornal Diário do Rio de Janeiro por publicar, na década de 1820, os preços daquele produto alimentício. Alicate era o apelido do técnico, Flávio Costa, na época de jogador de futebol por causa da curvatura das pernas e pelo hábito de aplicar carrinhos para desarmar os adversários.

Juca da Praia era o apelido do técnico de futebol, José Ferreira Lemos e Neném Prancha do também treinador, Antônio Franco de Oliveira, por causa das mãos que mediam 23 centímetros.  Mão de Onça, apelido do goleiro João Ferreira Ramos. Pé de Valsa, do meia-armador, Antonio Machado de Oliveira, e Galinho de Quintino, do craque Zico (Artur Antunes Coimbra). Já o político Marco Maciel foi apelidado de Mapa do Chile por causa da magreza e o cantor Lucio Alves passou a ser chamado de Pavio Curto porque vivia brigando com os amigos.

Pau do Mato era o apelido do ex-escravo que, em 1925, virou sogro de Cartola depois que a filha, Deolinda, mudou-se para o barraco do compositor, no Morro da Mangueira. Patativa do Assaré foi o nome artístico do poeta, Antônio Gonçalves da Silva. Patada Atômica foi como os mexicanos chamaram o craque Rivelino, durante  a Copa do Mundo de 1970. Chalaça era o apelido de Francisco Gomes da Silva que se tornou homem de confiança de D. Pedro I.

Chacrinha era o nome artístico do apresentador de programas de auditório, José Abelardo Barbosa de Medeiros. Certinhas do Lalau como foi chamada a seleção das mulheres mais bonitas do ano, feitas por Stanislaw Ponte Preta. Charanga do Jaime foi a primeira torcida organizada do país, criada em 1942, pelo rubro-negro, Jaime de Carvalho. Dom Esquilo de La Mancha foi como o repórter, Octávio Ribeiro, o Pena Branca, apelidou o bandido Mineirinho que só tinha um dente na boca. 

Tem Nego Bebo Aí foi o apelido que os cariocas deram para um prédio do centro da cidade por causa do movimento das fachadas, gerado pela mudança de direção na parede frontal, o que provocava um efeito de instabilidade como de um homem bêbado. 420 foi o apelido que ganhou, em 1920, o lateral-direito, Pedro Grané, por ter um chute possante como o canhão de maior calibre da época. Rabo Quente foi o apelido dos rádios com válvulas.

Catedrático do Silêncio foi assim apelidado o presidente, Eurico Dutra, que trocava o c pelo x, e não gostava de fazer discursos. Zé Bolinha como era conhecido um repórter que, na década de 1980, trabalhou na redação de vários jornais e ficou marcado pelas gafes cometidas, durante entrevistas coletivas, como daquela feita em que após ouvir do entrevistado que sua biografia só seria publicada postumamente, afirmou: “– Só espero que não demore muito.”

Manchetes

Manchetes que marcaram a história de nosso país

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