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Notícias do cotidiano

Nessa coluna o jornalista Gilson Rebello publica noticias que fizeram parte do dia a dia.

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A coluna Hoje é Dia começou ser publicada, no dia 20 de maio de 2002, no Coletivo, e só desapareceu na edição de 23 de setembro de 2016, quando o jornal, um dos primeiros diário de circulação gratuita do país, deixou de circular.

       Durante, portanto, mais de 14 anos, a coluna reuniu histórias dos mais diferentes personagens da cena brasileira, lembrou casos pitorescos e folclóricos, comemorou o aniversário de personalidades e gente do povo, fez incursões pela História do Brasil, assim como relembrou episódios que, ajudaram a moldar a nossa cidadania.

         No primeiro texto, que fazia menção às comemorações do Dia Nacional do Genérico, foi feita menção a um médico de uma cidade do interior do país que tnha por hábito receitar, sempre, muitos remédios para os pacientes por acreditar que só assim iria conseguir, de forma mais rápida,  a cura de todos.

         Profissional competente, o doutor que tinha o mesmo prestígio do prefeito e do padre, acabou servindo de exemplo para o filho mais velho que decidiu cursar medicina e, formado, voltou à cidade com a intenção de trabalhar no consultório do pai para substituí-lo, já que ele estava pensando em se aposentar.

         Após atender o primeiro paciente, o jovem médico disse, com entusiasmo:

– Papai, acabo de diagnosticar a causa da dorzinha que seu Tavares tem há anos no ouvido.

– Você fez isso?

– Fiz. Está errado?

– Não, mas queria lhe lembrar que foi com aquela dorzinha no ouvido de Seu Tavares que eu paguei seus estudos.

Já no último texto publicado pelo Coletivo, foi lembrado que, naquele dia (23/09), era comemorado o aniversário do jornalista e escritor, Joel Silveira, que nasceu, em 1918, na cidade de Lagarto (SE), mas viveu grande parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde, em, 1985, fiz com ele uma entrevista em seu apartamento, localizado na Rua Francisco Sá, no bairro de Copacabana.

Localizado no 6º andar do prédio, o imóvel parecia uma redação de jornal já que tinha espalhado por todos os cômodos recortes de periódicos, revistas, livros, dicionários, laudas escritas e em branco, pastas com material arquivado e cinco máquinas de escrever, o que levou o também repórter a justificar:

– Estou escrevendo vários textos ao mesmo tempo e não quero ficar tirando e colocando papel na máquina.

A entrevista teve como tema o lançamento de seu novo livro, Dias de luto, e menos de uma semana depois da matéria ter sido publicada pelo no Caderno 2 do jornal O Estado de S. Paulo, recebi de Joel Silveira esse telegrama:

”COMOVIDÍSSIMO PT BANHADO EM LÁGRIMAS PT NÃO MERECIA TANTO PT ABRAÇOS PT JOEL SILVEIRA.”

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Publicada em 17 de julho de 2002, a coluna lembrou que, naquele dia, em 1929, o mestre de cerimônia anunciou o nome da nova atração de um show que estava sendo realizado no palco do Tijuca Tênis Clube, localizado, naquele bairro, da cidade do Rio de Janeiro:

– Agora com vocês, Noel Rosa.

O rapaz magro, desajeitado, carregando um violão, aproximou-se do microfone e quando lhe foi perguntado o que iria cantar, respondeu prontamente:

– Vou cantar samba e não aquilo que Carmem Miranda canta.

Começou, assim, a carreira de um dos maiores compositores e cantores da MBP que apesar de ter morrido, aos 26 anos, deixou mais de 250 músicas compostas e muitas histórias como essa, do início de sua adolescência, quando, frequentador assíduo da zona do baixo meretrício do Mangue (RJ), foi advertido pelo diretor do colégio em que estudava:

– Já que você não pode deixar de pecar, Noel, por que não peca sozinho?

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Na coluna publicada na edição do dia 11 de abril de 2008 do jornal Coletivo, contei acerca da cidade mineira de Biribiri que com 30 casas, dois bares, uma igreja, tinha,  segundo reportagem publicada pela revista IstoÉ (18/04/2001) a fama de ser um povoado mal assombrado, apesar de estar próxima de Diamantina.

Espalhada por um vale de 18 mil hectares, a cidade chegou a ser usada para abrigar funcionários da Companhia Industrial Estamparia, fundada em 1875, mas depois de a empresa ter sido desativada, em 1973, chegou a ser colocada à venda, em 1988, pela família Mascarenhas, dona de negócio, mas não apareceu comprador, daí ter virado uma cidade fantasma.

Essa cidade me lembrou Irajá, subúrbio carioca, dos anos de 1960, onde morava na época, que apesar de para os índios significar o Mel que brota, para mim sempre foi o fim do mundo por conta da distância com o centro da cidade, mais de 30 quilômetros, e a única via de acesso, a Avenida Brasil, estar sempre congestionada.

Por conta disso, morar no bairro, um dos mais antigos,  passou a ser motivo de gozação para os meninos de outras partes da cidade do Rio de Janeiro, principalmente os colegas do Colégio Pedro II, que ficava localizado na Rua Larga, no centro, e eles não perdiam a chance de ironizar:

– Me faz um favor, Gilson, amanhã quando você vier de Irajá traz para mim de presente um casalzinho de onça pintada...

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